Capítulo 1
Único
N/A: Dedicada a minha pequena sister Gwen…
Feliz Aniversário Onee-chan, desejo-te muita alegria, Carinho, amor e sobretudo muitos presentes nesse dia especial… Te amo <3
Um dia Especial e Único
Por: Uchiha Bokinkos
Após o Apocalipse. A grande batalha entre o céu, o inferno e a humanidade, os irmãos Winchester resolveram ficar em casa de Bobby por uma semana. Dean sugeriu que desanuviassem, os últimos meses tinham sido difíceis, o trabalho exercido por ambos fora extremamente árduo.
Durante o jantar de quinta-feira, justamente quando os ponteiros do velho relógio de madeira marcavam vinte horas e quinze minutos, o Anjo Castiel fez-se presente na pequena sala.
- Faz pouco tempo que terminou uma guerra… – começou por dizer, Dean. – E já vens anunciar outra?
Castiel limitou-se a olhar para o jovem, sem expressão alguma no rosto. Tirou um embrulho do sobretudo bege e depositou-o sobre a mesa.
- O que é isso? – Inquiriu Dean – A sobremesa?
- Hoje estás muito espirituoso. – Retorquiu Castiel, apático.
- Temos problemas? – Interveio Sam.
- Por enquanto não. – Disse Castiel – Não quero interromper o vosso descanso.
- Então, qual o motivo da visita? – Dean arqueou o sobrolho.
Castiel desembrulhou o pequeno pacote, deixando à mostra uma pequena caixa preta com letras douradas.
- Esses são os vossos novos brinquedos. – Apontou para a caixa.
Dean abriu a caixa, dentro desta haviam dois revólveres prateados.
- Para que precisamos disso? – Riu-se. – Acho melhor oferecer as primeiras crianças que passarem por aqui.
- Deixa-me ver Dean. – Sam recebeu-a das mãos do irmão.
- Parecem inofensivas, mas acreditem, elas são melhores do que uma Colt. – Castiel puxou uma cadeira e sentou-se.
A revelação deixou os três boquiabertos.
- Melhores do que uma Colt? – Inquiriu Bobby atónito.
Sam tirou um dos revólveres da caixa e observou-o prudentemente.
- Incrível. O que fazem exactamente? – Inquiriu.
- Elas foram forjadas com um material divino. – Esclareceu Castiel. – Expurgam qualquer um que seja possuído, sem causar dano na pessoa.
- Ah! Significa dizer que apenas o demónio morre. – Concluiu Sam.
- Exactamente. – Confirmou Castiel. – Mas não é a única função.
- Não? – Inquiriu Bobby.
- Não. – Respondeu Castiel. – Também aspiram a verdade.
- Como assim? – Indagou Sam.
- Vocês têm sempre problemas em descobrir quem está possuído. – Declarou Castiel. – Essas armas irão vos ajudar nesse sentido. Sempre que tiverem suspeitas de alguém, não hesitem, disparem sobre a pessoa e o demónio irá se revelar.
- Mas e a pessoa? Não podemos simplesmente disparar sem ter a certeza. – Dean bufou.
- Eu disse no princípio, que a pessoa será expurgada apenas.
- Incrível! – Exclamou Bobby.
- Bom, é tudo. – Declarou Castiel, e levantou-se.
Era uma novidade para os caçadores de demónios, desde sempre tiveram a Colt como a arma mística mais poderosa.
Sam girou o revólver entre os dedos.
- Deixa-me ver Sam. – Dean tentou receber o revólver das mãos do irmão.
- Espera…
Sem querer, Sam apertou o gatilho do revólver. Dois raios verdes foram projectados em direcção a Castiel, este agachou-se numa tentativa de desviar. Os raios embateram nos vidros de um armário e ricochetearam atingindo os irmãos. Os dois foram arremessados contra a parede.
Bobby arregalou os olhos.
- Deus do céu! Vocês estão bem? – Inquiriu preocupado.
- Acho que sim. – Respondeu Dean, atordoado.
Bobby ajudou Sam a levantar-se, e este estatelou-se no sofá.
- Acho melhor vocês não saírem de casa. – Castiel passou a mão pelo cabelo. – Pelo menos até completarem vinte e quatro horas.
- Como assim? – Inquiriu Dean, ainda aturdido.
- Sigam apenas o meu conselho. – Declarou Castiel e desapareceu.
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Na manhã de sexta-feira, Dean levantou-se cedo para ir à casa de Natália, uma das suas melhores amigas. Natália fazia anos justamente nesse dia. Dean comprometeu-se em ajudá-la com os preparativos do jantar que iria realizar, para comemorar a data especial.
Levantou-se e olhou para o pequeno calendário, que estava afixado numa das laterais do pequeno e desarrumado quarto.
“ 7 De Maio… ” – Pensou com um sorriso.
Durante o café da manhã, Sam dava voltas à cabeça, estava preocupado com o que lhes dissera Castiel. Por enquanto, parecia que as coisas corriam como de costume, não havia acontecido nada incomum. Mas por alguma razão os aconselhara a não sair de casa.
- Dean, notas alguma coisa diferente? – Indagou.
- Hum… não. Acho que Castiel quis nos amedrontar.
- Porque razão faria isso?
- Acho que ele tem inveja das nossas férias – Retorquiu Dean, divertido.
Sam sorriu.
- É bem possível. As olheiras dele denunciam-no. Ele dorme?
- Acho… que não. – Disse Dean às gargalhadas. A dado momento, ficou apreensivo com o que Sam dissera. O irmão normalmente não era irónico, tampouco fazia piadas. – Sam, tu… – tentou saber o motivo da mudança de humor, mas acabou por desistir. – Bom, vou à casa da Natália.
- Eu também vou sair. Bobby saiu cedo e deu-me uma lista de coisas para fazer.
- Ok, encontramo-nos mais tarde. Vais ao jantar da Nat?
- Se me despachar cedo, quem sabe apareço por lá.
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- Finalmente chegaste! – Exclamou uma morena de cabelos pretos pelos ombros, parecia aborrecida. – Quero que compres algumas coisinhas, para a ementa de hoje.
- Bom dia para ti também. – Disse Dean, com um sorriso de orelha à orelha – Feliz aniversário!
- Ah! Não penses que vais escapar de uma repreensão – Natália acusou Dean de ser irresponsável, de não se lembrar dos compromissos que marcava…
Dean deixou-a falar, achou ser a melhor solução. Depois de dez longos minutos de sermão, sacou o presente que escondia, e estendeu-o.
- E isso não é a primeira vez que acontece, lembro-me que uma vez fos… - Natália deteve-se ao ver a pequena caixa dourada com letras impressas a vermelho: Toblerone – Ah! Dean és tão querido, compraste chocolate para mim. – Abraçou-o e deu-lhe um beijo no rosto. - Anda, vamos ver o que falta na cozinha.
- Mulheres. São tão previsíveis ¬¬ – Murmurou.
- Disseste alguma coisa?
- Não… er, estava a olhar para as minhas botas.
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Bobby havia deixado algumas tarefas para si. Dean safou-se porque tinha que ajudar no aniversário de Natália. “Sortudo, escapou ao trabalho de casa.” – Pensou.
Primeiro tinha que lavar a roupa. Como a máquina de Bobby estava avariada, dirigiu-se a lavandaria mais próxima. Ao menos o local não estava abarrotado.
Dirigiu-se à primeira máquina que encontrou livre, e começou a introduzir primeiro as calças jeans.
Uma jovem loira passou por si, e ocupou a máquina que estava em frente a sua. A mulher era linda, tinha uns olhos lindos cinza, e pelo tom de pele, Sam deduziu que tinha feito praia recentemente. Imaginou-se a passar bronzeador sobre as curvas perfeitas da mulher.
“Controla-te”, ordenou-se.
A loira apercebeu-se das olhadas furtivas de Sam e resolveu corresponder com um olhar sedutor e insinuante. O jovem constrangeu-se e concentrou-se no que fazia. Assim que terminou dirigiu-se a recepção.
Ao caminhar por entre as máquinas chocou com uma senhora de idade. Ao ver a beleza do jovem, a mulher mandou-lhe um beijo.
Sam ficou escandalizado.
- Quem gosta de mulher velha é a cadeira de balanço. – Proferiu.
- O que é que disseste fedelho? – Vociferou a mulher.
Sam ficou abismado com o que dissera, não queria ofender a senhora, nem tampouco tinha intenção de responder, mas as palavras fluíram da sua boca, como se tivessem vida própria.
- Eu disse que tenho idade para ser teu neto. – Retorquiu, e instantaneamente levou as mãos à boca numa tentativa de impedir a si próprio de voltar a falar.
- Que rapaz mais insolente. – A senhora bateu com a bengala que carregava consigo no seu pé. Sam gemeu de dor e saiu da lavandaria a largas passadas.
“O que é que se passa comigo? Onde estava com a cabeça para dizer aquelas coisas?” – Perguntava-se.
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Dean estava num supermercado, na fila de verduras. Natália deu-lhe uma pequena lista para lhe facilitar o trabalho. Já tinha comprado a maior parte das coisas, faltavam apenas as abóboras.
- Desculpe... – Interceptou-lhe uma garota – estou à procura de esmalte e não encontro.
Dean observou a garota. Era magra, tinha cabelos castanhos-claros e aparentava ter, não mais do que quinze anos de idade.
- Como é que vais encontrar esmalte na divisão das verduras? – Indagou.
A garota arregalou os olhos e corou.
- Ah! Eu não tinha reparado… eu estava – Balbuciou.
- Só te faltou ser loira, mas não te preocupes. – Mudou o cesto das compras para a mão esquerda. – O teu cabelo está quase lá, para loiro falta pouco, ele é castanho claro.
- Não me diga! É incrível nunca tinha reparado nisso. – Bufou a garota. – Quem pensas que és? O senhor sabe tudo?
Dean sacudiu a cabeça.
“Não acredito que estou a arranjar confusão com uma garotinha” – Pensou.
- Eu não queria dizer isso. – Desculpou-se. – Já agora, será que podias dizer onde estão as abóboras?
A garota olhou para si, confusa.
- És mesmo idiota, estás a procura das abóboras na divisão das verduras? – Cruzou os braços e balançou a cabeça.
- Ao menos não confundi esmalte com verdura.
- Vai te catar idiota. – Vociferou. – Mais velho aguado! – Mostrou-lhe o dedo do meio, deu de ombros e virou-lhe as costas.
Finalmente encontrou o lugar das abóboras. Avistou uma de tamanho grande. Quando foi pegá-la, uma senhora de porte forte, chegou primeiro e tirou-a. A mulher era alta, e possuía quilos a mais.
- Desculpe, eu vi primeiro. – Disse Dean.
- Não interessa. Vale quem a tirou primeiro. – Disse a mulher com rispidez.
- Ok. Ela combina mesmo com essa tua bunda flácida e enorme. – Dean levou as mãos à boca. Não acreditava que tinha dito tal barbaridade.
A mulher não hesitou desferiu-lhe um soco no olho direito, deixando uma marca arroxeada.
“Porquê que estou a dizer essas coisas? ”
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“Eu sabia, que as coisas não podiam estar normais” – Pensou Sam, enquanto caminhava apressadamente para casa. O seu pé direito latejava de dor por causa da batida que a velha lhe tinha dado. Como se não bastasse quase que lutava com o recepcionista do banco, quando foi depositar um cheque.O moço ferveu e o sangue subiu-lhe a cabeça, atribuindo-lhe um tom avermelhado, quando lhe disse que era mais lento que uma tartaruga, e que devia ser um fraco na cama – “Tenho que ligar ao Dean, de certeza que está a acontecer o mesmo com ele”.
Já a porta de casa, procurou as chaves nos bolsos das calças.
- Oi gato. – Ressoou uma voz sensual e penetrante.
Sam procurou a dona da voz. Qual foi o seu espanto? A loira da lavandaria, encostada num Toyota Yaris laranja.
- Oi? – Olhou desconfiado.
- Vi o teu endereço, quando deixaste na recepção da lavandaria. – A mulher caminhou sensualmente em direcção a si.
Sam não estava a perceber a ideia da loira.
- Olha. Estou muito ocupado, agora tenh… – A loira roubou-lhe um beijo. Sam arregalou os olhos, tentou desprender-se, mas a mulher agarrava-se a ele como uma lapa.
Quando finalmente conseguiu, soltar-se tentou recuperar o fôlego.
-O quê isso? Estás maluca? Não podes sair por ai e beijar as pessoas dessa forma!? – Sam encostou-se à porta e lutou para a abrir. – Eu não sei o que queres, nem te conheço. Adeus.
- E o nosso momento mágico? Não foi importante para ti? – A mulher pôs o pé para a porta não se fechar, e entrou.
Sam recuou.
“Que mulher mais assustadora” - Pensou.
A mulher começou a tirar a roupa, peça por peça, numa dança sensual. Em situações normais talvez ficasse excitado, mas o momento não era propício, e sobretudo porque nenhum homem normal iria aceitar ficar com uma mulher que se jogasse facilmente.
A mulher já se tinha livrado da parte de cima e ficou com os seios à mostra.
- Olha… er… - Começou por dizer, Sam.
- Blair. – Disse a loira. – Chamo-me Blair.
- Isso. Blair, estou ocupado, tenho coisas a fazer, vamos deixar isso para outro dia.
- Estás a dispensar-me? Claro que não. Eu sou linda e tenho um corpo desejado.
- Ah! Mas os teus seios são murchos. – Proferiu Sam.
- O quê? – A Fulana transformou-se num cubo de gelo, dirigiu-se aonde Sam estava e desferiu-lhe um tapa na face direita. – Desmancha-prazeres. – Vestiu-se às pressas e saiu com o resto das peças nas mãos.
- Olha, eu não quis dizer iss…
A loira ignorou-o e bateu com a porta. Sam deixou-se cair no sofá.
“Isso era mesmo necessário?” – Tocou na face dorida – “Afinal só falei a verdade, os seios dela eram murchos.”
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Ao chegar à casa de Natália, reparou que havia alguns carros estacionados em frente à entrada, facto que não lhe passou despercebido. Alguns dos convidados já deviam ter chegado. De certeza que amiga ia lhe matar. Já era noite, atrasou-se com as compras. Mas a culpa não tinha sido dele, imprevistos acontecem. Depois de sair do supermercado, um agente de trânsito mandou-o para a esquadra, por desacato a autoridade. Tinha-lhe dito que mais parecia um palhaço fardado, do que um polícia.
Dean suspirou e entrou pela porta da cozinha.
A casa estava muito bem decorada, Natália sempre tivera jeito para fazer ornamentações.
Deixou os sacos das compras em cima da bancada de mármore, e dirigiu-se à sala.
Natália estava com um vestido preto e simples, com detalhes em rosa, era muito bonito, chegava-lhe aos joelhos e assentava-lhe perfeitamente. Encontrou-a a conversar com três lindas jovens. Ao aperceberem-se de Dean, interromperam a conversa.
- Deus do Céu! Dean o que te aconteceu? – Indagou Natália preocupada, ao ver o olho roxo do amigo.
- Coisas horríveis. Mas nada de grave. – Disse Dean, constrangido.
- Como nada de grave? Vais as compras e pareces-me nesse estado?
- A culpa foi toda tua! Se não fosse esse teu aniversário estúpido! – Bufou, Dean.
Odiou-se por ter proferido tais palavras, sentiu-se como um bruto hipócrita ao ver que a alegria da amiga desvaneceu-se, dando lugar à um semblante triste.
- Nat… não sei o que está acontecer comigo… por favor me perdoa… eu – Não pôde terminar.
- Dean, finalmente encontrei-te. – Sam acabava de entrar pela porta da sala. Estava num péssimo estado. Os cabelos estavam desalinhados, tinha uma das faces com a marca de uma mão.
- Mas o que se passa nessa casa? – Indagou uma das amigas de Natália.
- Não te metas sua intrometida. – Retorquiu Dean, ríspido.
A mulher estagnou.
- Não tens o direito de falar assim com ela. – Interveio outra jovem.
- O mesmo para ti, sua vadia. Sei bem o que dizem a teu respeito. – Redarguiu Sam.
Natália ficou boquiaberta. A sua boca só não caiu porque era impossível.
- Dean, Sam expliquem-se. – Declarou assim que se recompôs.
- Nat, eu sei que parece que estamos a ser grosseiros, mas não é culpa nossa.
- Como assim não é “culpa nossa?” – Interveio a outra jovem, que até agora assistia a confusão. – Vocês aparecem do nada ofendem as pessoas, e dizem “não é culpa nossa?”
- Cala-te – Ordenaram Dean e Sam em uníssono.
- Sabes o que mais? Nat eu te amo muito, mas não vou aturar grosseria de ninguém. Vamos embora meninas – Declarou a jovem. – Pamela, Chris, vamos.
- Lindsay, espera… - Gritou Natália, correndo atrás das amigas. Quando regressou, os seus olhos faiscavam de fúria. – Vocês ficaram loucos?
- Olha, não é nada disso. Escuta... – Dean explicou-lhe tudo o que se sucedera. Natália ficou estupefacta, com as revelações que cada um dos irmãos fez. Cada um contou o que tinha acontecido consigo ao longo do dia.
Mais tarde tornou-se divertido. E os três riam-se como crianças.
- Bom então parece que o meu aniversário ficou arruinado. – Disse Nat.
- Nada disso. Como fui um dos causadores dessa confusão convido-te a conduzires o meu carro. – Disse Dean.
- Sério?! – Berrou Nat, aos pulos.
- Sim é o mínimo que posso fazer.
- Então eu pago o jantar, vamos até um restaurante. – Disse Sam.
- Se vocês o dizem. Vamos lá boys. – Disse Natália, saltando para as costas de Dean.
- Hei! Não abuses. – Resmungou Dean.
- Eu mando hoje, esqueceste… é o dia do meu aniversário.
Os três entraram para o Chevy Impala SS 1967 de Dean. Natália estava muito feliz, não esperava que Dean um dia pudesse lhe conceder esse desejo.
- Hoje é um dia muito especial para mim. – Disse Nat, com as mãos no volante.
- Sim. É um dia Especial e Único. – Disseram Dean e Sam, em uníssono.
THE END
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