quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

1 Capitulo

Dean Winchester entrou pelos fundos, a mesma entrada que Roxanne Carmichael e Bryan Ward usaram para invadir o colégio na noite de seus assassinatos. Já havia amanhecido o dia, e os corpos já haviam sido encontrados. O sangue estava drenado, e pareciam cascas vazias, que um dia já haviam abrigado vida.

— Venha. — ele chamou o irmão, Sam Winchester, em um sussurro.

Dean atravessou com cautela o corredor vazio, enquanto Sam entrava pela janela. Ele logo alcançou o irmão. O local do assassinato estava rodeado de policiais, tentando desvendar o crime.

Sem serem percebidos, se infiltraram na cena do assassinato. O banheiro feminino estava coberto de sangue. Parecia um festival de horrores. Os olhos de Roxanne Carmichael ainda estavam assustados, como se não esperasse a visita. Um grande buraco surgia de sua barriga, e um fio escarlate de sangue ainda escorria de um dos cantos de sua boca.

— Vítimas aleatórias? — Sam questionou. — Ou infratores que precisavam serem penalizados?

Dean não respondeu. Ainda estava analisando o corpo vazio, as faces arroxeadas da bela garota que Roxanne foi; loira de olhos azuis. Parecia com alguém que ele conhecia.

— Eu diria que foram vítimas aleatórias. — uma voz feminina respondeu. Uma mulher entrou pela porta do banheiro feminino, uma bela mulher. As pernas eram compridas e grossas, o busto era grande. Lábios carnudos e vermelhos, olhos delineados perfeitamente, cílios longos. Loira de olhos azuis... foi só pensar no diabo que ele apareceu. Um par de orelhas de urso estava posto em sua cabeça, como se fosse um arco. — Mas a maneira como ele os matou, silenciosamente e dolorosamente, e o tempo que custou para tirar todo esse sangue indica que, em sua mente, fazia o certo.

— Callie Robb, há quanto tempo. — Sam disse surpreso.

— Horríveis orelhas, Callie. — Dean cumprimentou debochadamente.

— Eu sei que você quer uma igual. — ela respondeu irônica e piscou para ele. — Então, estamos nós três reunidos novamente. — Callie pôs as mãos em sua cintura. — Vocês não mudaram muito. Que nostálgico.

— Você parece uma vadia. — Dean respondeu, dando de ombros. Sam o advertiu com o olhar, e Dean prosseguiu: — Olha só o que ela está usando. Uma blusa preta que realça os seios, uma bermuda jeans que foi cortada na metade da coxa, uma meia-calça riscada e botas pretas de cano alto. Sem contar as estúpidas orelhas de urso.

— Muito bom, Dean. Treinou muito quando eu fui embora para poder esfregar no meu rosto? — Callie adicionou sarcástica.

— Eu não sei, posso tentar de novo?

— Dean, não. — Sam advertiu, suspirando. — Não temos tempo para conversa. Serei direto, Callie. O que você está fazendo aqui?

Os irmãos Winchester perceberam que ela direcionou seu olhar para o chão, encarando um dos ladrilhos sujos de sangue. Ela começou a esfregar uma perna na outra, e a morder o lábio inferior.

Callie Robb era uma antiga amiga de Sam e Dean. Ela era inteligente, sensual e ótima em analisar uma cena de assassinato. Sempre os ajudou, e até teve um rolo com Dean — transaram uma ou duas vezes. Até que teve aquele caso; três assassinatos, um item valioso para buscarem. Callie fugiu com ele.

— Vim ajudar. — sua voz pareceu forçada, nem um pouco normal.

— Ajudar em quê? A fugir novamente com um diamante? — o comentário sarcástico veio de Dean, e Sam ignorou. Já Callie, não.

— Está vendo algum diamante por aqui? — ela perguntou, esboçando nos lábios um sorriso debochado e irônico.

— Você não viria ajudar se não estivesse atrás de algo. — Dean deduziu, encarando-a com olhos frios. — O que você quer, Callie?

— Eu não sei... Ajudar em algo, talvez? Não seja tão desprezível, Dean.

— Na verdade, Callie — Sam se pronunciou. —, acho que não devemos confiar em você, devido o que aconteceu no passado.

— O passado se foi. — ela disse ríspida.

— Assim como você! — Dean lembrou, e, por um momento, Callie não soube o que responder. Devolveu com um comentário sarcástico.

— Uau, Dean, sabia que você gostava do passado, mas não adivinharia que estava doido para voltar para mim. Se você for um bom garoto, eu posso matar saudades. Nós costumávamos brincar um pouco. — passou a língua nos lábios vermelhos. — Mesmo que não me queiram, eu vou tentar descobrir o que os matou. Será como um jogo.

— Que vença o melhor... — Dean murmurou mais para si mesmo, mas Callie ouviu. Ela piscou e enviou um beijo para ele, depois saiu com elegância pela porta.

Os irmãos Winchester a observaram sumir de vista para se recomporem. Sam balançou a cabeça e moveu os ombros, enquanto Dean inspirou com força e cruzou os braços diante do peito.

— Você está fodido. — Sam falou primeiro.

— Esse jogo é para nós dois. — Dean respondeu.

— Eu sei, mas a piscadela e o beijo foram um aviso para você.

Dean abriu a boca para falar algo, mas então pensou melhor. Realmente, aquilo foi um aviso! Perversa, perversa, perversa... Então, derrotado, ele murmurou para si mesmo: — Merda!

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